segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Aquele céu de cores mutantes

Era um fim de tarde como todos os outros, em que eu fazia o caminho de volta para casa da cidade de Ituaçu para Jequié. Estava indo à uns 150 kilometros por hora em minha moto. O dia estava em sua hora mais magnífica, o céu era um misto de cores, o amarelo mesclava-se ao rosa e ao azul, formando uma pintura no ar.
Adorava andar de moto, a sensação de liberdade era incomparável, o vento forte contra meu corpo me dava mais vontade de avançar no espaço.
Já deveria estar dirigindo por uns 40 minutos quando um caminhão aparece de uma curva e me dá luz alta. Não entendi o porque, mas abaixei a velocidade para 120 kilometros já que ia fazer uma curva que era rodeada por montanhas.
Ao final da curva, por uma fração de tempo de milésimos, percebi duas formas no meio da estrada que se fundiam as cores acinzentadas que agora dominava o céu. Sabia que não poderia freiar bruscamente, pois a moto me arremessaria muito longe, tentei desviar do que, percebi serem dois burros, a moto virou e derrapou e eu derrapei com ela por um tempo que parecia nunca acabar. Consegui me soltar da moto durante a derrapagem. Quando finalmente parei. Uns segundos depois vi um pedaço de algo branco chegando ao meu alcance, era uma parte do osso da minha perna.
Foi ai que percebi que minha perna estava fazendo um ângulo de 90 graus onde nao deveria fazer ângulo nenhum. Sou enfermeiro, não Magaiver, mas naquele momento, talvez pela adrenalina que corria no meu sangue, e eliminava um pouco da dor que momentos depois se tornaria lacinante, segurei minha perna e a pus no lugar. Fiz pressão para que o sangue parasse de sair.
Foram só poucos minutos até um caminhão aparecer. Apesar de tentar me ajudar, não conseguia subir no caminnhão pois era muito alto e o rapaz não tinha força o suficiente para me ajudar a escalar aqueles degraus. E foi ai que apareceu um carro e me deu carona para a cidade de Jequié, o caminhoneiro levou minha moto para um barraco abandonado que estava a poucos metros de distância, e incrivelmente, ela continuara lá, dias depois quando meu amigo foi busca-la.
Passei por uma cirurgia e tive a felicidade de saber que não ia perder minha perna. Já faz cinco meses desde o acidente, e agora eu estou a procura de um cirurgão.
Fui à São Paulo, fiz muitos exames porèm a cirurgia tem um preço exorbitante e estou esperando uma vaga na Santa Casa de Misericórdia para poder ter uma nova change de voltar a andar.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quem vê perna, não vê coração

O nosso vôo estava marcado para segunda-feira, tínhamos uma conecção em São Paulo, o que dificultaria ainda mais nossa jornada de volta a Salvador.
No dois aviões, fomos colocadas na primeira fileira, ela é mais espaçosa e assim minha mãe conseguiria deixar sua perna esticada.
É então que no segundo vôo um jovem rapaz adentra a cabine por último. Quando eu pairei meu olhar sobre ele achei que fosse desmaiar. Em uma de suas pernas estavam fincados pelo menos uns seis ferros paralelos e um outro na vertical deixando todos interligados.
Aquela visão de um semi- Frankenstein na minha frente, indo em minha direção e sentando ao meu lado, quase me fez gofar os amendoins que havia ingerido no outro vôo. E o pior de tudo, eu não conseguia desfarçar o meu horror àquela cena.
Ele, com certeza, percebeu minha reação e começou a conversar comigo como se não tivesse parafusos saindo de sua perna. Tentei me manter calma, parecer normal, mas não consegui. Tinha que saber o que aconteceu para que ele estivesse daquele jeito.
E foi aí que tive provavelmente a primeira conversa interessante em um avião com um total desconhecido, ao invez daqueles small talk só para passar o tempo.


obs: O proximo texto é sobre o acidente que ele sofreu. Por que depois que Jorge me contou sua historia perguntei-lhe se poderia criar uma crônica e postar no Blog da minha aula de oficina e ele aceitou. Na verdade ficou se sentindo muito importante (hihihi). Então espero eu, que consiga fazer uma crônica boa o suficiente sobre esse fato da vida de uma pessoa que vai ficar marcada para sempre na sua memória.

O dia seguinte

Acordamos com aquela preguiça habitual de todo domingo. Lentamente conseguimos arrumas as malas e nos encaminhamos a recepção.
Minha Tia nos disse que íriamos voltar algumas horas mais tarde no carro do meu primo Guy e por isso decidimos andar pela cidade e encontrar um local para justificar o voto.
Estavámos voltando para o hotel quando minha mãe escorregou e caiu sobrecarregando seu joelho direito. Na hora tudo parecia bem, mas depois de andarmos um pouco mais, ela começou a sentir muita dor.
Voltamos para Curitiba e fomos diretamente para um hospital. Depois de alguns raio X e de andar por metade do hospital, recebemos a notícia que ela havia fraturado a rótula do joelho e que teria que enfaixa-lo.
Nunca pensei que um simples fim de semana pudesse transformar-se em algo dessa magnitude. Ela teria que ficar com aquele gerso, que cobria 90% de sua perna, por no mínimo, um mês. Toda nossa rotina iria mudar e eu nunca tinha imaginado o quanto.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A vaga

Era uma quarta-feira, saí da aula de Latim e comecei minha jornada para casa.
Incrível como as onze horas da manhã as pessoas já estão dispostas a dirigir perigosamente. Elas cortam na nossa frente, colam no fundo do carro, usam a buzina como se isso fizesse os automoveis andarem mais rápido.
Finalmente consegui chegar ao shopping Iguatemi, que fica ao lado de minha casa. Tinha que ir a farmácia e entrei no estacionamento. Subi um andar e encontrei uma vaga. Ela era meio apertada e havia uma pilastra no lado esquerdo.
Respirei fundo e comecei a fazer a manobra. Não sou extamente uma motorista de mão cheia, e por isso tive que tentar mais de uma vez até que o carro coubesse no lugar certo. No meio de toda essa peripercia uma moça que estava passando desvia de seu caminho e vem na minha direção. Ela começa a me ajudar a estacionar o carro, e só sai dali quando este já estava certinho na vaga.
Não conseguia acreditar no que havia acontecido, após atravessar aquela selva de transito, apareci uma pessoa disposta a ajudar um estranho?! Agradeci mil vez a ela, e entrei no shopping sorrindo por dentro. Ainda há esperança.

"Lixo"

Varrer, varrer, varrer
Faz um linha de limpeza em direção à direita, e depois a esquerda.
O lixo era composto principalmente de folhas e terra, que todos dias eram sopradas pelo vento, e por isso todo dia lá estava ele indo contra a vontade da natureza e as varrendo para fora.
Presta antenção em tudo que está a seu redor, nos estudantes na mesa, em dois homens concertando alguma coisa que lhe é desconhecida. Parece que vê tudo, mas que ninguem o vê.
Varre gentilmente o chão, tiras todas as folhas, até as que estão entre os pés dos alunos, que maquinalmente levantam as pernas, mas não o olhar para aquele que está a varrer.
Vai empurrando o lixo, mas para onde será que ele vai? Não há saco nem lixeira para empacota-lo. E por isso continua a varrer.

A Música Brega

Abandonado por você

Não aguento mais ficar sem você
Depois daquele dia que te vi
Sob a luz do amanhecer

Meu coração ficou partido
Por que tinha me iludido
Achano que você ficaria comigo


Refrão:

Me perdi no seu olhar
Foi amor à primeira vista
Mas comigo você não quiz ficar
Me deixou sem nenhuma pista


E hoje vivo a sofrer
Abandonado na solidão
Sem saber o que escolher
Entre você e meu coraçâo



Depois de uma semana estressante, tentando acabar o seminário, a santa sexta-feira finalmente se apresenta.
Entro na sala 305 e a professora Eliana nos mostra o desafio (para mim pelo menos) do dia. Escrever uma letra de música de amor (que para mim, novamente, são sempre bregas demais).
Os pares foram feitos, e eu e Rômulo, que não éramos lá os maiores fãs daquele estilo musical tentamos expremer alguma idéia das nossas cabeças. Minha fase Sandy já havia passado à mais de oito anos, e acho que Rômulo nunca a teve.
Eliana nos ajudou dizendo para nós pensarmos em palavras que aparecem normalmente nessas músicas. Após a listagem de dez palavras Aline chegou para nos salvar.
Depois das primeiras frases a letra começou a fluir com menos dificuldade. e ao final nossa letra (brega) de música foi composta.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O casamento

A igreja e o clube, onde seria a festa ficavam em uma praça à uma quadra do hotel. A noite estava tão fria que conseguíamos ver a nossa respiração. Por isso pegamos um táxi porque não queríamos levar casacos ou passar muito frio.
A cerimonia foi muito bonita. Minha prima estava maravilhosa, era um misto de barbie noiva com sereia. Ao final, todos os convidados atravessaram a praça e foram para a festa.
O lugar tinha uma decoração belíssima e a comida estava ótima. Paula, a noiva, sempre amou Salvador e a comida baiana, e por isso uma das entradas foram acarajezinhos, e havia até uma falsa baiana que os servia. Eu e minha mãe ficamos na mesa dos familiares, porém eu não tinha muita intimidade com ninguém que estava sentado lá, já que as minhas primas estavam obviamente muito ocupadas.
Contudo, após algumas horas de champagne e conversa jogada fora, tinha me tornado a melhor amiga de Rafa (um primo), e sua namorada. Carol, a irmã da noiva, nos chamou para dançar, e nós não exitamos.
Minha sandália era linda, mas depois de algumas horas, meus pés já estavam muito doloridos. Queria ficar descalça, só que o chão já tinha recebido algumas doses de copos e não queria me machucar. Decide que iria no hotel pegar minhas havaianas.
Quando voltei à festa, descobri que o noivo tinha ido para o hospital. Seus amigos tinham jogado ele para cima, mas na verdade foi um para cima com uma inclinação de vários graus, o que levou ele a cair de cara no chão. Ele voltou um pouco depois com dois pontos na cabeça, mas como se nada tivesse acontecido.
Não tenho a mínima idéia de que horas eram quando fui embora, mas sei que era bem tarde. Achava que não fazia o menor sentido, ter feito toda aquela viagem e não aproveitar ao máximo o casamento.