quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quem vê perna, não vê coração

O nosso vôo estava marcado para segunda-feira, tínhamos uma conecção em São Paulo, o que dificultaria ainda mais nossa jornada de volta a Salvador.
No dois aviões, fomos colocadas na primeira fileira, ela é mais espaçosa e assim minha mãe conseguiria deixar sua perna esticada.
É então que no segundo vôo um jovem rapaz adentra a cabine por último. Quando eu pairei meu olhar sobre ele achei que fosse desmaiar. Em uma de suas pernas estavam fincados pelo menos uns seis ferros paralelos e um outro na vertical deixando todos interligados.
Aquela visão de um semi- Frankenstein na minha frente, indo em minha direção e sentando ao meu lado, quase me fez gofar os amendoins que havia ingerido no outro vôo. E o pior de tudo, eu não conseguia desfarçar o meu horror àquela cena.
Ele, com certeza, percebeu minha reação e começou a conversar comigo como se não tivesse parafusos saindo de sua perna. Tentei me manter calma, parecer normal, mas não consegui. Tinha que saber o que aconteceu para que ele estivesse daquele jeito.
E foi aí que tive provavelmente a primeira conversa interessante em um avião com um total desconhecido, ao invez daqueles small talk só para passar o tempo.


obs: O proximo texto é sobre o acidente que ele sofreu. Por que depois que Jorge me contou sua historia perguntei-lhe se poderia criar uma crônica e postar no Blog da minha aula de oficina e ele aceitou. Na verdade ficou se sentindo muito importante (hihihi). Então espero eu, que consiga fazer uma crônica boa o suficiente sobre esse fato da vida de uma pessoa que vai ficar marcada para sempre na sua memória.

O dia seguinte

Acordamos com aquela preguiça habitual de todo domingo. Lentamente conseguimos arrumas as malas e nos encaminhamos a recepção.
Minha Tia nos disse que íriamos voltar algumas horas mais tarde no carro do meu primo Guy e por isso decidimos andar pela cidade e encontrar um local para justificar o voto.
Estavámos voltando para o hotel quando minha mãe escorregou e caiu sobrecarregando seu joelho direito. Na hora tudo parecia bem, mas depois de andarmos um pouco mais, ela começou a sentir muita dor.
Voltamos para Curitiba e fomos diretamente para um hospital. Depois de alguns raio X e de andar por metade do hospital, recebemos a notícia que ela havia fraturado a rótula do joelho e que teria que enfaixa-lo.
Nunca pensei que um simples fim de semana pudesse transformar-se em algo dessa magnitude. Ela teria que ficar com aquele gerso, que cobria 90% de sua perna, por no mínimo, um mês. Toda nossa rotina iria mudar e eu nunca tinha imaginado o quanto.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A vaga

Era uma quarta-feira, saí da aula de Latim e comecei minha jornada para casa.
Incrível como as onze horas da manhã as pessoas já estão dispostas a dirigir perigosamente. Elas cortam na nossa frente, colam no fundo do carro, usam a buzina como se isso fizesse os automoveis andarem mais rápido.
Finalmente consegui chegar ao shopping Iguatemi, que fica ao lado de minha casa. Tinha que ir a farmácia e entrei no estacionamento. Subi um andar e encontrei uma vaga. Ela era meio apertada e havia uma pilastra no lado esquerdo.
Respirei fundo e comecei a fazer a manobra. Não sou extamente uma motorista de mão cheia, e por isso tive que tentar mais de uma vez até que o carro coubesse no lugar certo. No meio de toda essa peripercia uma moça que estava passando desvia de seu caminho e vem na minha direção. Ela começa a me ajudar a estacionar o carro, e só sai dali quando este já estava certinho na vaga.
Não conseguia acreditar no que havia acontecido, após atravessar aquela selva de transito, apareci uma pessoa disposta a ajudar um estranho?! Agradeci mil vez a ela, e entrei no shopping sorrindo por dentro. Ainda há esperança.

"Lixo"

Varrer, varrer, varrer
Faz um linha de limpeza em direção à direita, e depois a esquerda.
O lixo era composto principalmente de folhas e terra, que todos dias eram sopradas pelo vento, e por isso todo dia lá estava ele indo contra a vontade da natureza e as varrendo para fora.
Presta antenção em tudo que está a seu redor, nos estudantes na mesa, em dois homens concertando alguma coisa que lhe é desconhecida. Parece que vê tudo, mas que ninguem o vê.
Varre gentilmente o chão, tiras todas as folhas, até as que estão entre os pés dos alunos, que maquinalmente levantam as pernas, mas não o olhar para aquele que está a varrer.
Vai empurrando o lixo, mas para onde será que ele vai? Não há saco nem lixeira para empacota-lo. E por isso continua a varrer.

A Música Brega

Abandonado por você

Não aguento mais ficar sem você
Depois daquele dia que te vi
Sob a luz do amanhecer

Meu coração ficou partido
Por que tinha me iludido
Achano que você ficaria comigo


Refrão:

Me perdi no seu olhar
Foi amor à primeira vista
Mas comigo você não quiz ficar
Me deixou sem nenhuma pista


E hoje vivo a sofrer
Abandonado na solidão
Sem saber o que escolher
Entre você e meu coraçâo



Depois de uma semana estressante, tentando acabar o seminário, a santa sexta-feira finalmente se apresenta.
Entro na sala 305 e a professora Eliana nos mostra o desafio (para mim pelo menos) do dia. Escrever uma letra de música de amor (que para mim, novamente, são sempre bregas demais).
Os pares foram feitos, e eu e Rômulo, que não éramos lá os maiores fãs daquele estilo musical tentamos expremer alguma idéia das nossas cabeças. Minha fase Sandy já havia passado à mais de oito anos, e acho que Rômulo nunca a teve.
Eliana nos ajudou dizendo para nós pensarmos em palavras que aparecem normalmente nessas músicas. Após a listagem de dez palavras Aline chegou para nos salvar.
Depois das primeiras frases a letra começou a fluir com menos dificuldade. e ao final nossa letra (brega) de música foi composta.