quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quem vê perna, não vê coração

O nosso vôo estava marcado para segunda-feira, tínhamos uma conecção em São Paulo, o que dificultaria ainda mais nossa jornada de volta a Salvador.
No dois aviões, fomos colocadas na primeira fileira, ela é mais espaçosa e assim minha mãe conseguiria deixar sua perna esticada.
É então que no segundo vôo um jovem rapaz adentra a cabine por último. Quando eu pairei meu olhar sobre ele achei que fosse desmaiar. Em uma de suas pernas estavam fincados pelo menos uns seis ferros paralelos e um outro na vertical deixando todos interligados.
Aquela visão de um semi- Frankenstein na minha frente, indo em minha direção e sentando ao meu lado, quase me fez gofar os amendoins que havia ingerido no outro vôo. E o pior de tudo, eu não conseguia desfarçar o meu horror àquela cena.
Ele, com certeza, percebeu minha reação e começou a conversar comigo como se não tivesse parafusos saindo de sua perna. Tentei me manter calma, parecer normal, mas não consegui. Tinha que saber o que aconteceu para que ele estivesse daquele jeito.
E foi aí que tive provavelmente a primeira conversa interessante em um avião com um total desconhecido, ao invez daqueles small talk só para passar o tempo.


obs: O proximo texto é sobre o acidente que ele sofreu. Por que depois que Jorge me contou sua historia perguntei-lhe se poderia criar uma crônica e postar no Blog da minha aula de oficina e ele aceitou. Na verdade ficou se sentindo muito importante (hihihi). Então espero eu, que consiga fazer uma crônica boa o suficiente sobre esse fato da vida de uma pessoa que vai ficar marcada para sempre na sua memória.

3 comentários:

GK disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
GK disse...

vixe....cade a cronica do acidente???? sou curiosa!!!!

Eliana Mara disse...

O bom do blogue, Nanda, é isso.
Vai compondo uma rede de histórias e textos que não tem fim.
Boa experiência com as viagens!

Abracinhos!